domingo, 3 de março de 2013
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Feliz Aniversário
Em uma bandeja de prata, meu coração
Do meu peito vazio, solidão
Um amor tão grande que invade
Sozinha, meus sonhos em alarde
Por você eu entrego
Minha vida, meu desejo e meu ego
Pathos, Não duvide por um segundo
Eu te amo e você É meu mundo
Do meu peito vazio, solidão
Um amor tão grande que invade
Sozinha, meus sonhos em alarde
Por você eu entrego
Minha vida, meu desejo e meu ego
Pathos, Não duvide por um segundo
Eu te amo e você É meu mundo
Dói
Rasga
Queima e arde
Minh'alma em destroços
Coração arrebentado
Com medo
Angústia
Desejo, de morte
Sangue carrega
, a história de um amor
Que pulsa, pulsa, pulsa, pulsa
Lágrimas à sete palmos
Me carregam e me esquecem
Soterrada em meu sofrimento
Definho
No segundo e além
No eco
No oco
Me fecho e durmo
siLÊNcio
Rasga
Queima e arde
Minh'alma em destroços
Coração arrebentado
Com medo
Angústia
Desejo, de morte
Sangue carrega
, a história de um amor
Que pulsa, pulsa, pulsa, pulsa
Lágrimas à sete palmos
Me carregam e me esquecem
Soterrada em meu sofrimento
Definho
No segundo e além
No eco
No oco
Me fecho e durmo
siLÊNcio
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Quando duas almas desorientadas e descrentes se encontram, se reconhecem e se juntam, passam a ter vidas. A partir disto elas têm somente um único objetivo: Continuar vivas!
Diante de todo o caos interno e alheio, nós sobrevivemos.
Noites e dias de pura angústia, agonia e desespero, nós sobrevivemos.
Em meio a maldade, descaso, escarro e putaria, nós sobrevivemos.
Sobrevivemos em tempos de guerra e ao marasmo da paz. O massacre da rotina e o fedor da desconfiança. À facadas certeiras que, por intimidade nunca rejeitamos, mas não deixamos de sangrar, nós sobrevivemos.
Ao inimigo interno, nosso maior. À incredulidade e ao escarnio, o avesso do contrário e o acaso da cegueira
contida e intocável, sobrevivemos.
Os olhos e olhares, pessoas e lugares, entre corpos e copos, barulho e solidão - insistimos em sobreviver.
Violações e brutalidade, pancadaria, vulgaridade, cinismo; sobrevivemos.
Deleite, altruísmo, fé, coragem e lágrimas. Continuamos sobrevivendo.
Mesmo com a bondade incondicional do puro amor, as juras e declarações, promessas de castidade; sobrevivemos.
A nós mesmos e o que nos tornamos a cada sobrevida, o peso ou o abismo, a realidade ou a negação, o sexo ou as lágrimas- de repente os dois. Os corpos ocos ou cheios de alegria, os desertos, as enchentes, o último gole a meio suspiro; nós sobrevivemos.
Contestamos o acaso e rimos do destino.
E eu me pergunto: até quando poderemos?
Você me responde: até quando quisermos!
E eu... Eu me conforto e volto a dormir tranquila.
Diante de todo o caos interno e alheio, nós sobrevivemos.
Noites e dias de pura angústia, agonia e desespero, nós sobrevivemos.
Em meio a maldade, descaso, escarro e putaria, nós sobrevivemos.
Sobrevivemos em tempos de guerra e ao marasmo da paz. O massacre da rotina e o fedor da desconfiança. À facadas certeiras que, por intimidade nunca rejeitamos, mas não deixamos de sangrar, nós sobrevivemos.
Ao inimigo interno, nosso maior. À incredulidade e ao escarnio, o avesso do contrário e o acaso da cegueira
contida e intocável, sobrevivemos.
Os olhos e olhares, pessoas e lugares, entre corpos e copos, barulho e solidão - insistimos em sobreviver.
Violações e brutalidade, pancadaria, vulgaridade, cinismo; sobrevivemos.
Deleite, altruísmo, fé, coragem e lágrimas. Continuamos sobrevivendo.
Mesmo com a bondade incondicional do puro amor, as juras e declarações, promessas de castidade; sobrevivemos.
A nós mesmos e o que nos tornamos a cada sobrevida, o peso ou o abismo, a realidade ou a negação, o sexo ou as lágrimas- de repente os dois. Os corpos ocos ou cheios de alegria, os desertos, as enchentes, o último gole a meio suspiro; nós sobrevivemos.
Contestamos o acaso e rimos do destino.
E eu me pergunto: até quando poderemos?
Você me responde: até quando quisermos!
E eu... Eu me conforto e volto a dormir tranquila.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Do lado de lá
Entregou-se mais uma vez à loucura. Sabia que não tinha forças contra ela.
Apesar dos olhares e comentários alheios, sentia-se íntima e muito à vontade com esse estado.
Parece que realmente consegue se encontrar no caos.
"Ontem acordei assim, em cada parte do meu corpo há uma cor diferente. Meus braços alaranjados, as mãos azuis, pernas amarelas, tronco roxo, pés vermelhos. Gosto de ser colorida, assim me destaco das outras pessoas".
Mesmo com toda aquela casca de boa pessoa, esforçada e, por vezes, divertida, sabia que seu corpo não condizia com seu espírito. Aliás, este último não condizia com quase nada nesse mundo. Talvez, por isso, gostasse tanto de ter múltiplas cores.
Em certa ocasião, quando criança, prendeu o dedo na porta da cozinha, foi a primeira vez que viu seu corpo mudar de cor, o dedo bege e pálido acabou ficando com um roxo esverdeado, muito mais bonito que a cor original.
Durante essa mesma época da vida, descobriu que a música clássia era capaz de transportá-la através do tempo e espaço, contrariando toda a lei da física e proporcionando conhecer lugares no futuro, reviver fatos do passado e outros lugares desconhecidos e sombrios que jamais imaginara.
Tinha gostos peculiares, como guardar todos os pedaços das unhas que foram cortadas, num pote de vidro para ervilhas em conserva.
Achava que as pessoas pudessem ouvir seus pensamentos, já que tentava imaginar os corpos nus quando os fitava fixamente e sem mover as pálpebras, e assim, sempre recebia o comentário: "Pare de me despir com os olhos menina!".
Em seu quarto, que era praticamente um santuário, haviam vinis, uma vitrola, livros devorados pelas traças, algum resquício de brigadeiro, almofadas coloridas e muitas fotografias de pessoas desconhecidas.
Era outra mania que tinha: fotografava pessoas em bancos de praça, supermercados, lavando a calçada de casa... Dava nome e história a cada uma delas, transformava-os em personagens cômicos, maquiavélicos, gentis. Todos tinham as iniciais de seu nome marcados pela letra "T"- Teodora, Teófilo, Tenório, Tânia . Achava que era uma letra que tinha os "braços abertos", por isso, era a mais bonita do alfabeto.
Odiava cálculos e sempre se dava mal por isso. Em certa ocasião, acumulou uma dívida na casa de tintas e foi cobrada de maneira estúpida pelo contator do estabelecimento. Precisou se virar para livrar-se dos cifrões que passaram a persegui-la. Onde quer que andasse, eles estavam lá. Apareciam verdes e grandes. Era preciso piscar os olhos três vezes e mandar um beijo para o ar e, assim, desapareciam.
Começou a fabricar e vender doces caseiros para levantar o montante que devia na casa de tintas. Fazia brigadeiros variados e os enfeitava com forminha pomposa e brilhante. Os brigadeiros variavam mas ninguém sabia. Era seu segredo, seu toque especial, sua doce vingança. Às vezes misturava às receitas, pétalas de violeta, margarida ou azaléia e, às vezes, uma ou duas lágrimas quentes, usava sempre o dedo indicador para prová-las. Faziam sucesso e resolveu que viveria assim para sempre depois de pagar a dívida toda: faria doces especiais para sobreviver.
Certa vez, sentiu-se culpada por criar uma história trágica para uma senhora. Sua foto era em preto e branco e foi tirada enquanto saía de um farmácia no centro velho, com esparadrapos na mão.
Ela tinha sido agredida pelo esposo, cujo álcool e pornografia, não lhe saíam da cabeça. "Pobre Tereza, tão meiga e frágil, ainda por cima gasta seu escasso dinheiro com medicinas para as violências que sofre".
Escreveu uma carta anônima com letra caprichada num papel azul se retratando muito vagamente, apenas solicitando-lhe "desculpas". Alinhou-a junto à uma caixa de papelão enfeitado com papel manteiga e encheu de brigadeiros para presenteá-la. Nessa receita, havia acrescentado um toque de alecrim. Não sabia exatamente porque, mas tinha a recordação de que lhe deram um chá quando criança, para acalmá-la em meio a uma crise de choro.
Esqueci de mencionar que, após criar o pensamento mágico de que com três piscadelas e um beijo no ar, fariam com que os cifrões desaparecessem, adquiriu esse hábito pra escapar de toda e qualquer situação desagradável. Assim, quando via alguém maltratando um cachorro na rua, por exemplo, sem hesitar, piscava três vezes com força e saltava um beijo para o nada, despertando estranheza de quem a observava.
Os vizinhos comentavam entre si: "Coitada, sozinha há tantos anos que deve estar ficando louca".
Foi numa tarde de domingo que aconteceu um fato que mudaria seu destino e, o mudaria para sempre.
Tinha ido ver o circo que estava de passagem na cidade. Gostava de assistir o equilibrista atravessar a corda bamba. De certo, identificava nele, semelhança com sua vida desequilibrada - vivia na corda bamba.
Naquele dia gastou dinheiro com maçã do amor, pipoca e duas balas de goma.
Chorou.
Enquanto a platéia se borbulhava em risos, ela chorava. "Como é triste ter que viver assim, fazendo com que os outros se divirtam às suas custas, riam de sua cara... Mesmo com essa maquiagem de palhaço feliz, deve haver um homem triste e solitário que se conforma em ver a felicidade dos outros".
Ao descer da arquibancada naquele domingo a tarde, pensava que, ao chegar em casa, precisava estender a roupa no varal, já que ficaram de molho no tanque. Foi então, que de súbito, foi acometida pelo golpe de um animal feroz que escapou de sua jaula. Um leão furioso lhe furou o peito com uma abocanhada.
Chamaram a ambulância. Foi imobilizada e colocada numa maca para dentro do veículo. Para lhe prestar os cuidados, foram destinados uma enfermeira e um aprendiz de primeiros socorros.
Colocaram uma agulha em seu braço, por ela passava uma mistura de soro simples e um tipo de anestésico para dor.
De repente, tudo em volta começou a brilhar. Ela entendia a situação, sabia tudo o que estava acontecendo e, não conseguia culpar o animal. "Já foi aprisionado pelas mãos de um caçador, tirado de sua família, carregado em uma jaula e domado pelas mãos de um tirano cruel a vida toda". Isso justificava sua fúria.
O brilho passou a ter vida. Seu corpo, a maca, o lençol que a cobria, tudo brilhava e se movimentava. "Como é bonito e especial essa visão. Como sou privilegiada!". Sorria, mas sem mover os lábios. Sorria com seu espírito que enxergava as cores com familiaridade e aconchego, como quem passa muito tempo viajando e retorna para o conforto de sua casa.
Piscou, mas somente uma vez. Piscou e não abriu os olhos. Não abriu os olhos nunca mais.
Na bolsa surrada de tecido velho, um documento amassado revelava sua identidade: Maria Cândida dos Santos, filha de Palmira Maria dos Santos e pai desconhecido. Natural de São Pedro da União. Minas Gerais.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Luiz
Minh'alma
Corpo
Solo, insólito
Abrigo de teu amor
Tuas mãos em meus seios
Chegam a tocar meu coração
Entre suor e desejo,
Um sussurro
Pele
Cosmos
Destino entregue em teus braços
Vida. Me dá e me tira. Quando longe,
Tão perto
De ti, da tua, sou sua
És meu
Sempre. Mar.
Meu forte
Desejo e razão de amar.
Corpo
Solo, insólito
Abrigo de teu amor
Tuas mãos em meus seios
Chegam a tocar meu coração
Entre suor e desejo,
Um sussurro
Pele
Cosmos
Destino entregue em teus braços
Vida. Me dá e me tira. Quando longe,
Tão perto
De ti, da tua, sou sua
És meu
Sempre. Mar.
Meu forte
Desejo e razão de amar.
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Sempre que abro os olhos pela manhã, deparo-me com um sonho. Este sonho tem duração média de 17 horas todos os dias.
Quando me canso, deito-me para viver um pouco. Esse pouco que vivo não satisfaz meu enorme desejo de viver. Sinto que estou completamente incompleta.
Nos meus sonhos, que parecem ser tão reais, sou constantemente agredida. Sofro agressões de muitas maneiras.
E é difícil sonhar às vezes.
Tenho me tornando tão só, tão.
Mas tenho feito descobertas incríveis.
Assim como a ostra que sofre agressões para produzir sua pérola, estou produzindo as minhas. No meu caso, produzo maralumas.
As maralumas são únicas e exclusivas, no mundo inteiro elas não pertencem a mais ninguém.
E como é bom ter maralumas!
E como é ruim ter maralumas!
Quando vivo, muitas cenas se repetem: aquele sorriso tímido do olhar profundo que me sonda. O dourado que envolve o saber de tantas poesias, tantas inquietações e tantas desconfianças. Aquela explosão primeira, que eclode e cessa, eclode e cessa. E o conforto de um abraço saudoso, despretensioso, só acolhedor.
Por isso eu gosto tanto de viver. Lá, na vida, me encontro sempre com ele, o meu amor.
O meu amor me encontrou envolvido por melodias pesadas, álcool e desesperanças. Duas almas. Dois espelhos. Um destino.
Um simples olhar e o mundo se transformou. Como somos poderosos !
Quando nossos corpos se encontram, sempre uma catarse catastrófica e mágica nos toma, nos doma e nos derruba. Somos invadidos pelo sentir, pelo expelir e então, prostrados ante o cume de nosso sórdido e saboroso desejo. Somos invencíveis e, ao mesmo tempo, tão vulneráveis a esse nosso sentimento.
Somos antítese. Somos iguais. Somos nada. Somos partes. Somos tudo. Somos o eu. Somos o outro. Somos um. Somos tantos.
E por viver assim, não quero viver outrossim.
Se for com você, por você e por mim.
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