quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Quando duas almas desorientadas e descrentes se encontram, se reconhecem e se juntam, passam a ter vidas. A partir disto elas têm somente um único objetivo: Continuar vivas!
Diante de todo o caos interno e alheio, nós sobrevivemos.
 Noites e dias de pura angústia, agonia e desespero, nós sobrevivemos.
Em meio a maldade, descaso, escarro e putaria, nós sobrevivemos.
Sobrevivemos em tempos de guerra e ao marasmo da paz. O massacre da rotina e o fedor da desconfiança. À facadas certeiras que, por intimidade nunca rejeitamos, mas não deixamos de sangrar, nós sobrevivemos.
Ao inimigo interno, nosso maior. À incredulidade e ao escarnio, o avesso do contrário e o acaso da cegueira    
contida e intocável, sobrevivemos.
Os olhos e olhares, pessoas e lugares, entre corpos e copos, barulho e solidão - insistimos em sobreviver.
Violações e brutalidade, pancadaria, vulgaridade, cinismo; sobrevivemos.
Deleite, altruísmo, fé, coragem e lágrimas. Continuamos sobrevivendo.
Mesmo com a bondade incondicional do puro amor, as juras e declarações, promessas de castidade; sobrevivemos.
A nós mesmos e o que nos tornamos a cada sobrevida, o peso ou o abismo, a realidade ou a negação, o sexo ou as lágrimas- de repente os dois. Os corpos ocos ou cheios de alegria, os desertos, as enchentes, o último gole a meio suspiro; nós sobrevivemos.
Contestamos o acaso e rimos do destino.
E eu me pergunto: até quando poderemos?
Você me responde: até quando quisermos!
E eu... Eu me conforto e volto a dormir tranquila.

Nenhum comentário:

Postar um comentário