terça-feira, 5 de abril de 2011

No és (el) Rosa

Quem dera pudesse ser uma rosa qualquer
Ou até mesmo um espinho
Uma flor desabrochando em seus pecados mais intimos

Um acordo brutal maquiado pelo cotidiano
parte da aposta
Concentração arbitrariamente divagada

Como eu queria ser como todas as outras
Castas
Rasas
Languidas
Puras
Delicadas

Viver a felicidade falsa
Rir das suas piadas
Me apavorar com a corrupção

Quem dera pusse esquecer-me do caos
do avesso
daquilo que preferem mascarar
da saudade de alguém que pudesse vir a ser alguém, de repente

Que dom tenho eu além do permanecer viva?
Não sou rosa
Não sou flor que se cheire
Definitivamente

Nem todas as outras
Ou algumas delas
Em um bouquet de decepções
Eu te ofereço minha outra metade

Por Pollyana Oliveira

2 comentários:

  1. pois se não sendo como elas, és ainda todas elas...
    e é casta em sua lascívia,
    rasa em sua profundidade,
    é lânguida em seu vigor,
    ainda pura em seus pecados
    e delicada em sua força.

    és a pedra-de-toque ao tumulto do universo...
    serenidade em um ataque de euforia.

    rosa, espinho, orvalho e luz
    múltipla,
    para além do nome.

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