domingo, 20 de novembro de 2011

Estação 44

Próxima estação: 44-  anuncia o maquinista.
José estava tão habituado com o trem que nem precisaria ouvir o sinal de desembarque. Tornou-se tudo tão automático após tantos anos no mesmo percurso. A mesma cadeira à esquerda e na janela, sempre disponível, já que é um dos primeiros a embarcar, logo no inicio da manhã.
A paisagem foi que mudou ao longo dos anos: - Antes a gente via mais mato, gente atravessando os trilhos com um bando de filhos pendurados pelo corpo.
José sabia que a paisagem havia mudado, mas não tinha se dado conta da proporção que a civilização havia tomado. O sono era muito, o cansaço pelo esforço do trabalho e pela idade já avançada, acabava por tomar seu corpo e sua mente que divagava através das estações.
- Hoje faz sol, pensou em sua máxima.
Encontrava-se sempre com Tonico, no mesmo vagão e na mesma hora. Viajavam juntos por um longo percurso, mas o caminho de Tonico era mais longo. Não sabia o quanto, sempre desceu antes do viajante magrinho, de barba por fazer e dentes roídos pelo tempo e pelo cigarro.
Nunca conversaram, não eram amigos, mas sabiam-se José e Tonico. Algum conhecido deve ter citado em bom tom ao se despedir e deixar o trem.
Desce José, mexe a cabeça em reverência ao estranho conhecido que o corresponde com um semi-mexer de lábios e um balançar de sobrancelhas. Tonico prossegue seu trajeto.
Em meio a paisagens concretas, naturais, belas e horrendas, limpas e sujas, Tonico, sentado no banco antes ocupado por José, esperava ansioso por aquela que sempre o contempla com largo sorriso e um suspiro quase incontrolável. Logo ali, na parte rebaixada de ruas de terra, em meio ao lixo, cães magrelos e água parada, havia um casebre feito de madeira e telha brasilite, cercado por um portão azul escuro de madeira já desbotada e descascada pela exposição ao sol e a chuva, portão cerrado que mal cobria os quadris daquela moça que Tonico via todos os dias. Tinha um tanque na frente da casa, onde Tereza lavava suas roupas diariamente, com aquele vestido surrado de alças caídas nos ombros, mostrando parte de seus fartos seios, cabelos escuros e presos, sempre com madeixas grudadas em seu rosto suado pelo movimento de esfregar, enxaguar e torcer. A moça o aguardava em sorriso e quando o vagão se aproximava, deixava a roupa na mão, prensada no tanque entre os dedos e mirava para avistar Vicente.
Sim, Vicente. Vicente e Tereza. Eles nunca se conheceram, mas Tonico tinha cara de Vicente e ela, cujo nome não se sabe, tinha cara de Tereza.
E assim, passam-se três estações para adentrar Maria: - Dia Tonico, D. Benedita vai bem? – Sim, obrigado! Tonico sempre responde a mesma coisa, sem tirar nem por, tem medo de que Maria comece a falar e o deixe ainda mais mal-humorado do que de costume, já que a única parte boa do percurso havia ficado para trás.
Maria era diarista e, certa vez, ajudou na casa de Tonico, pois sua mãe Benedita estava doente das pernas e mal conseguia se locomover. Acabou por morrer a coitada, vai se completar um ano, mas Maria não precisava saber, analisava Tonico.
E assim, corriqueiramente, na estação 48, Tonico descia.
Maria seguia, ia longe e por isso sempre ficava perto de Tonico - para poder ocupar seu lugar, na mesma cadeira do lado esquerdo a par com a janela. Ela precisava se sentar, pois trazia consigo uma sacola listrada, com alguns fios soltos, aparentando certo peso e necessidade de cuidado acirrado. Na sacola havia quitutes que Maria preparava para vender no comércio no centro da cidade.
Por sempre ocupar o mesmo vagão e a mesma cadeira, era procurada por Leandro, o enfermeiro. Pelo menos era o que dizia seu jaleco branco: Leandro – enfermagem, em bordado preto. Gostava dos bolos que Maria fazia, comprava um pedaço todos os dias pela manhã e procurava se apressar, já que a moça descia uma estação à frente da qual havia entrado.
E lá se ia Maria, com sua sacola cheia de quitutes e uma pochete atrelada aos quadris; Deve ser para guardar o dinheiro e facilitar o troco, deduzia Leandro que seguia em frente, ocupando a cadeira deixada pela quituteira.
 Duas estações a frente aguardava Júlia, estudante de veterinária. Chamava atenção pelo perfume de banho recente que exalava, mas foi somente quando deixou cair ao chão seus cadernos, que se abriram aos pés de Leandro, que ele soube seu nome - Julia/ Veterinária Clínica II. Este deveria ser o nome da matéria que levava o caderno rosa com cachorro branco.
Na estação 57, desce Leandro. Julia ocupava seu lugar no trem. Sempre ficava perto de Leandro por haver reconhecido no rapaz uma gentileza gratuita, quando, certa vez, este a ajudou a pegar o caderno que tinha caído. Sentia-se familiarizada ao jovem.
A última estação é onde desce Júlia.
No fim do dia, onde o sol começa a esvaecer-se, Júlia, como de costume retorna ao trem no mesmo vagão, na mesma hora, na mesma cadeira.  Ela seguia tranqüila, sabendo que logo estará em casa e que o rapaz enfermeiro logo vai subir e cumprimentá-la com um sorriso e então, vai aguardar seu desembarque para sentar-se na cadeira do lado da lateral esquerda da janela.
E assim, como previsto, o rapaz adentrou ao vagão e apoiou-se no pilar próximo a poltrona da moça. Cumprimentou e despediu-se com um sorriso. Sentou na cadeira e seguiu viagem.
Lá pelas tantas é a hora da quituteira, agora com a sacola enrolada embaixo do braço, suado e peludo, com ar de cansaço, querendo sentar-se e, por isso,  sempre aproxima-se de Leandro, com seu jaleco branco, agora sujo de alguma coisa amarela.
A essa hora da noite o levantar de uma sobrancelha já é muito, sorrisos não devem ser desperdiçados com qualquer um.
E pela ordem vem Tonico, com a camisa semi-aberta, com pelos brancos pulando para fora e um odor moderado de cigarro e suor. Ocupa sua cadeira. A quituteira é que aproveita para sentar-se na poltrona que há anos é dele, nada mais justo que ela se levante para que possa se sentar. Tem ainda o direito de lhe fazer uma careta, como quem diz: “não faz mais que obrigação”.
Na volta pra casa não há parte boa, Tereza não lava, nem enxágua e nem torce mais as roupas. Aliás, em sua casa está tudo apagado. Ela deve dormir cedo ou ter alguma ocupação noturna. Um dia, quem sabe, Tonico passa no casebre para tomar um café e levá-la para um passeio.
Quando não há mais a luz do dia a fadiga toma conta de todos passageiros, com seus corpos cansados apoiados nos pilares, nas janelas e nos ombros que estavam próximos. É hora de entrar José.
É hora de entrar José!
Mas José não entrou no trem. Deve ter ido embora mais cedo ou se atrasado - pensou Tonico, mesmo achando estranho, pois não se lembrava de uma ocasião como esta.
Tonico voltou para casa.
Na manhã seguinte ele não encontrou José na estação. Quem ocupava sua cadeira era um desconhecido. Um estranho de chapéu amassado e paletó cheirando a mofo mesmo de longe. Não olhou para Tonico, nem percebeu sua presença. Por não conseguir sentar-se naquela poltrona, o maduro rapaz com os dentes roídos pelo tempo e pelo cigarro, não pôde ver Tereza e Tereza também não pôde ver Vicente.
A quituteira de sacola abarrotada de comida não conseguiu sentar onde costumava e, Leandro não a encontrou para que comesse seu bolo. A veterinária não localizou o enfermeiro, não se sentou e ficou encafifada com a falta que sentira do rapaz.
No esvaecer do sol, na volta pra casa, a estudante, já não mais perfumada que, sentiu raiva por ter que guardar seu sorriso e, assim, preferiu mudar de vagão, para não ter que ver Leandro outra vez.
O rapaz enfermeiro não encontrou a moça veterinária na volta pra casa e sua cadeira estava ocupada por uma bagagem e um cara gordo e alto que, em pé, vigiava-a com olhos de leão.
A quituteira, por não ser acostumada a viajar em pé, desequilibrou-se no trem deixando a sacola cair de seus braços e ser pisoteada por um bando de apressados que ocuparam o vagão de uma só vez.
Tonico não teve que se esforçar para cumprimentar a senhora dos quitutes, pois não havia se encontrado com ela.
José não entrou no trem. José não entrou no trem nunca mais.


sábado, 1 de outubro de 2011

uma leve embriaguez na alma

uma,  duas, tres doses...

são doses de vida; aquelas que te dão rasteira, te fazem repensar sobre seus valores.
Estas chapam pra caraleo. Não são um porre qualquer, quem dera o fossem. São doses de realidade e estas, meu filho, estas são foda pra cacete.
Me permito usar a linguagem chula, quero os erros, as incoerencias... a embriaguez permite.
É melhor o vinho ao cotidiano.
Massacre.
Sarcasmo.
Um riso incogruente na sentança imutável de viver. Apenas viver. Esse é seu sacrifício.
E, ao mesmo tempo, é tão dialético - dar a vida pela morte. Eu me morro todos os dias, buscando viver.
Quero rasgar minha alma, assassinar a covardia e gritar a plenos pulmões: CARALEOOOOOOOOOOO.
Isso já é muita coisa: o falo do mundo, o pilar marculino. Que se foda o caraleo, eu quero alma e coração, poesia e perdão, quero consolo e desespero, vida de gente que sabe viver.
E o que é viver?
[Sub{ver}|(ter)me|]
Borboletas e minhocas nadam no intangivel imagético de uma massa amassada e compactada à um espaço de uma sacola e um laço de fita de cetim.
olhos embaralhados, cheiros fétidos, o calor penetrável e a vontade de afogar-me em um copo qualquer.
Alguem me tire do desespero, alguém me lance uma saída. Preciso de mais um trago.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sui Generis

Estamos realmente dispostos a pagar o preço de assumir quem realmente somos?
Tenho minhas dúvidas.
Às vezes, tento incessantemente fugir de mim, mas me encontro em todo lugar.
Posso correr, me esconder, mas sempre estou perto de mim.
Tenho enjoado disso ultimamente. Sinto vontade de ser diferente do que sou. Mas pra ser diferente do que sou, tenho que saber o que sou de verdade. E o que eu sou de verdade?
Depois de tanto pensar, descobri que sou quando não sou, quando penso não ser, ou melhor dizendo, quando não penso. Nesses momentos é que entro em contato comigo de verdade.
E esse meu eu de verdade é que me assusta.
Já tentei desistir de mim. Quis me mascarar em alguns risos, em algumas fantasias - nenhuma me caiu bem.
Desisti de desistir de mim.
E o que faço com esse peso todo?
Gostaria de sair voando por aí, sem destino; Pousar numa rosa qualquer; Seguir o primeiro cardume; Sentir o cheiro de gente ruim de longe- acho que o cheiro de gente ruim deveria ser algo como cheiro de final de feira, junto com mau hálito matinal.
Como posso ser compreendida? Meu Deus como eu queria compreensão!
Talvez tentando traduzir o inexplicável e acordando os sonhos... Talvez!
Não gosto do que escrevo ultimamente. Me acho tola, vã, trivial.
Eu gosto é do amor, mas ele não gosta de mim.
Gosto do caos, mas ele também não se explode mais em mim.
Me resta a mim.
Me resta o resto.
O eu, tão efêmero, frágil, inconstante, perdido, vazio.

O amor... ainda assim ele me quer.

E o preço de amar? Esse eu pago.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ladies Room

"Nossa mas que cheiro horrível ! 
Essas meninas não têm um pingo de educação; por falar em pingo é o que mais tem na tampa desse vaso. Eca!!
Adorei seu rímel.
Foi né benhê... muitoooo mara. Nossa, o que era aquilo? Estou em choque até agora.
Sim, lá na rua XV, está tudo em promoção. Cada sandália mais linda que a outra.
Mentiraaa!! Sabia que aquele peito era de silicone.
E aquela baranga que não tira o olho do meu namorado. Aiii menina que ódio. Se ela abusar eu jogo essa batida naquele cabelo de chapinha dela.
Nada! Aquele casamento é de fachada, tudo mundo sabe disso. O negócio dele, benhê , é outra coisa... E dessa fruta eu como até o caroço. Nãooo! Queimar rosca, dar ré no quibe... essas coisas.
Comprei. Semana passada. Combina com minha bolsa creme e também me deixa mais magra. Acabei de sair da tpm e acabei comendo uma lata de brigadeiro.
Meu dermatologista me receitou - ótimo para secar espinhas.
Alô! Não, vou mais tarde. Preciso passar em casa para trocar de casaco primeiro. Beijos. Tchau.
Bom, vamos voltar pra mesa que nossos namorados estão sozinhos por lá e, já viu né, devem estar falando de futebol, som de carro, marca de cerveja, revista de mulher pelada... Esses assuntos... chatos e  sem conteúdo.
Homens !"

terça-feira, 19 de julho de 2011

Se partir de mim, que parta em partes
Se partes todo é por crueldade
Se partes meio é por piedade
De mim se parta a parte vã
O parto partido das partes perdidas
Pouco reconhecidas, mas ainda assim, pedaços
, Partidos
Partir
Um lugar distante
Partido
Sangra canção de amor
Partituras
Destino:  (?)

domingo, 17 de julho de 2011

E quando o melhor é não sentir nada?
Quando o nada torna-se tudo o que você gostaria.
Ser você é um peso quase insuportável.
A vida te daria outra chance?

Você corre o risco ou prefere correr de si mesmo?

Por Pollyana Oliveira

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Juliete, 55

Hoje.  Mais um dia.
Gostaria de chorar, mas minhas lágrimas se recusam a cair.
Poderia tocar violino, mas não tenho.
Cuspir o catarro da minha garganta já seria um grande avanço.
Tenho saudade dos tempos dos folhetins e de quando minha memória não falhava.
Nesse momento um cigarro e um café me ajudariam muito mas deixei os dois, tenho manchas no pulmão direito e desenvolvi uma gastrite nervosa.
Ao menos consegui fazer alguma coisa, uma mancha no pulmão direito e uma gastrite nervosa são duas grandes conquistas.
A primeira foi devido uma pneumonia mal curada- na época pensei  que fosse sintoma de amor, exceto pela tosse, que havia associado ao fato de ficar com tênis molhado após pisar numa poça d'agua- mas sentir o corpo ferver, calafrios, falta de ar, pensava ser sintomas agudos de uma paixão.
 A segunda foi porque esse amor não me amou. Me queimava o estômago e me ardia a garganta.
Os dois também tiveram a ver com o abuso de tabaco.
A moça que trabalha no posto de saúde disse que estavam montando um grupo anti-tabagismo e me convidou.
Parecia um santuário de pessoas mal acabadas. Me senti uma estranha no meio de tanta gente relatando sua história com o vício.  Um rapaz, bonito até, contou que iniciou o fumo porque viu seu cachorro morrer de acidente trágico- conseguiu subir pelo portão, mas não chegou do outro lado, morreu espetado pela lança mesmo- "Era tanto sangue e gordura que escorriam que fiquei uma semana sem dormir direito". A senhora que não me recordo o nome mas a idade, 68 anos e bem vividos [sic], descobriu que seu marido de 73  tinha se descoberto gay e estava tendo um caso com um rapaz de 39, vizinho do andar de baixo do apartamento que lhe custou 40 anos de médias prestações. E Eu?
O que eu tinha pra contar?
- Bom... me chamo Juliete, tenho 55 anos,  nunca perdi cachorro ou parente ou amigo. Nunca fui trocada por ninguém.  Oi? Não, não, é que não tenho ninguém na vida mesmo!  Moro sozinha... Não senhor, não tenho ninguém não! Nem ! Não tenho nada meu, a casa onde moro é alugada, ando de ônibus, pego cesta básica na paróquia do bairro. Nada moça! Bem... pra não falar que não tenho nada, tenho uma mancha no pulmão direito e uma gastrite nervosa.
Proxima sessão: semana que vem.
Por esses dias tive pensando em criar alguma coisa nova, uma coisa que ninguém nunca pensou. Mas minha cabeça não anda boa e não consegui ter nenhuma idéia.
Também tive vontade de tomar leite gelado com farinha de milho torrado- uma vez entrei numa venda e vi a mãe dando uma caneca com essa mistura para o filho- mas acho melhor não, vai que me ataca a gastrite.
Estou fazendo tratamento. Trato do pulmão direito, da gastrite e do vicio em cigarro.
No inverno não posso tomar banho nos dias muito frios, corro o risco de ficar resfriada e meu pulmão é fraquinho e também tenho que evitar remédios para esse tipo de doença, eles tem cafeína e me atacam a gastrite, além me darem vontade de fumar.
O padre me convidou certa vez para cuidar de acender as velas durante a missa, mas deixei cair parafina em cima da bandeja de hostia e ele me disse que era melhor tirar a poeira dos santos. Eu fazia com muito carinho, mas acabei deixando São José cair e ficar sem a cabeça, coitado. Percebi que não tinha afinidade com igreja.
Ah, não contei minha experiencia como florista. Gosto de falar essa palavra e sentir que já fui um dia: Florista! Na verdade eu não plantava e nem cuidava das plantas, eu era ajudante. Retirava os espinhos das rosas, mas florista é mais bonito! A empresa faliu e tive que sair do emprego. Aliás, foi lá que me ajudou a desenvolver a pneumonia. Entrava e saia da estufa o tempo todo para buscar as flores e as vezes carregava o caminhão com os arranjos durante a chuva.
Arrrrrrrgggh!!! Ando irritadissima. Acho que são os remédios do tratamento.
Meu cabelo está meio prata e minha sobrancelha por fazer. Tenho um resto de arroz e linguiça na geladeira, melhor esquentar e comer, não gosto de desperdiçar comida.
Não gosto de desperdiçar comida, queria tocar violino, chorar um pouco, ser ouvida no grupo anti-tabagismo, ter um cachorro pra vê-lo morrer, um marido gay, uma capela pra frequentar e uma floricultura. É, descobri. Quero tudo isso na minha vida e também sempre ter arroz e linguiça na geladeira.
Esse tratamento está acabando comigo.
Acho melhor não ir mais ao médico e nem ao grupo de apoio.
Tem chovido muito e feito frio ultimamente, não ando bem do pulmão direito e essa preocupação ainda me mantém a gastrite nervosa...

Por Pollyana Oliveira

terça-feira, 12 de julho de 2011

Qual o dom da vida?

Dar vida a um morto? (!)

O insensivel que vê e não enxerga
Aquele sussurro quase calado no meio da noite e o medo de deixar de respirar
A ameaça que brilha como o aço e o membro que virilmente dá o suposto poder de poder tudo
O inocente corrompido e sucumbido ao seu próprio ventre genitor
Os sonhos perdidos
A brincadeira roubada
As garrafas pelo chão e mais um choro: inconsolávelmente atemorizante
A fome de ser
E aqueles olhos apagados [antes assim o fossesm fronte tamanha matança] sem visço
Uma palidez coberta por falsos risos

Vamos brincar de casinha?
Eu tenho fogãozinho, boneca e um gatinho
Tem a mamãe, o papai e os meus irmãozinhos - nossa casa tem uma árvore ;  Papai fez um balanço
Hummm adoro batata frita no almoço e quando mamãe fica com dó de me acordar no sofá e me deixa dormir sem escovar os dentes
Me deixa ser sua filha?
Quero conhecer o seu mundo !
Me leva daqui e me mostra que foi tudo um

Por Pollyana Oliveira sonho triste ...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Porque às vezes a felicidade dói?
Qual a intenção de querer não ser feliz?
Posso me culpar de existir, talvez.
Me desprezo ao ponto de armar minhas próprias ciladas e de cair ingênuamente.
Sou melhor quando estou longe, quando sou apenas pensamento ou projeção.
Me traio tanto que não consigo sequer dar vazão às minhas angústias, nem com lágrimas, gritos, palavras...
Eu quero não querer
Quero não sentir
Deixar de existir


Por Pollyana Oliveira
Às vezes é necessário um suícidio para um renascimento

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O completo vazio que me toma torna-me mais frágil
O que era amor pleno e gentil, agora me aprisiona em morbido silêncio
A dúvida de ser,
Me corrói o intímo e me queima o estômago
É pecado amar demais?
A condenação.
E a confissão: culpada.
Que farei eu com todos os meus sonhos?
Um poço infinitamente profundo me é o chão
O abismo, meu norte
Para aumentar a dor, mais uma dose de descaso
A incerteza em saber o que virá
E aquela voz que me adoçava os ouvidos, cruelmente pos-me em naúfrago
Contudo, me afundo em meus próprios dilemas
Da vida?
Só mais um espinho que me sangra em constancia
Em um instante, um instante apenas, o seguro voltou-se ao receio
A alegria em dor
E aquele azul tão intenso, em escarlate
A solidão me consome
Será eu uma escolhida da solidão?
Se viver só é meu destino, despeço-me do céu e a das estrelas
Em meu próprio recuo encontro meu consolo
Recolho-me na tentativa de ainda restar ao menos um adeus


Por Pollyana Oliveira

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O distante mais perto, a vontade mais desejada

te ler nas entrelinhas
te reconhecer nos detalhes
te afiar os dentes
depurar seu espirito
arrancar seus sapatos
rasgar teu medo
afogar suas magoas
embreagar seus sentidos
analisar teu retrato
esculachar seu receio
te empurrar pro meu abismo


Por Pollyana Oliveira
Sorrateira e sombria aparecestes
Em solidão pálida e cruel espírito
Os teus braços frios que buscam pelas almas, abraçaram-me em sonho desta vez


Porque me perseguistes?
E tão declaradamente assustadora te escancarastes


A mim me resguardo, mas aos meus sou tão valente quanto vós


Não te enganes

Por Pollyana Oliveira

terça-feira, 17 de maio de 2011

Vivendo e Des.Aprendendo

Se acreditasse mais nas pessoas seria mais feliz;
O cachorro é sim o melhor amigo do homem e da mulher também;
Tomar café a noite tira o sono e não é mentira da vovó;
Eu magoo
Tu magoas
Ele magoa
Nós magoamos
Vós magoais
Eles magoam e isso é demasiado humano;
Achar o primeiro fio de cabelo branco dá desespero;
Não, as pessoas nem sempre adivinham nossos pensamentos;
Andar de avião não é a melhor coisa do mundo, mas deitar em sua cama depois de um dia cruel é uma delas;
Pudim é bommmm, mas engorda;
O principe Encantado existe, é um personagem do conto de fadas;
Não se chega no Japão cavando um buraco no quintal,
E nem criar um carneiro como cachorro da certo;
As pessoas mentem para defender seus próprios interesses;
O Chaves não tem só 8 anos e o natural é torcer para o Jerry e não para Tom;
Homem que não chora irá se esforçar muito para lhe fazer chorar,
Se ele não elogia sua comida, cuspa no prato e dê pra ele comer, principalmente se for sorvete, pois a vingança é um prato que se come frio,
A irmã dele não é sua amiga, é irmã dele;
Unicórnio não existe, nem na África;
Isca de peixe é um aperitivo e não um peixe pequeno que é atrativo para fisgar um peixe grande;
Peixe grande e suas historias é um bom filme e cachorro grande, uma boa banda;
Todo mundo solta pum;
Os ypês florescem cada cor em um tempo diferente;
Às vezes os hormônios PYY tiram férias;
"Banho maria" não é picar a barra de chocolate e jogar na água fervente;
Quando os animais morrem, não vão para o céu;
Respeito é bom e nunca é demais;
Engov não limita seu grau de alcoolismo;
Nietzche não matou Jesus, foi Poncio Pilatos;
O que não te mata, te fortalece, te engorda e dá raiva pra cacete;
Perder nem sempre é ruim, uns quilinhos a menos não faz mal a ninguém;
Tampa e panela são utensílios de cozinha e não encontro de duas pessoas que se completam;
O Brasil não foi descoberto no Parque dos Ingás;
Esperar ligação é foda, o melhor é desligar o telefone e não ter a certeza de que ele não te ligou no dia seguinte;
Às vezes é preciso imitar Kátia, a cega;
A vóvó Mafalda era homem e fomos enganados logo na primeira infãncia;
Aliás, papai Noel, coelhinho da Páscoa, duende... são coisas que os pais viram lá nos 60;
Elvis não morreu, ele sequer existiu,  na verdade ele é produto do nosso inconsciente coletivo;
Quanto mais velhos ficamos, mais sábios, mais ranzinzas, cansados, preguiçosos e exigentes nos tornamos, o melhor então é permanecer jovem, intransigentes, arrogantes e


Por Pollyana Oliveira

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Separados

Diante de nós
distante do eixo
Na fagulha do acaso
No fracasso de outros desejos

Assim nos encontramos

Em constante querer
ou delicados no amar

Talvez o medo do desconhecido
Mas a coragem de submeter-se
À propósito do proprio destino, lancei mão de você

Separados do mundo
Separado para mim
Separada para você

Assim somos

Juntamente separados um para o outro

Talvez à pretenção de ser "Juntos", um texto sobre nós
Me li em suas palavras
Me releio em seus olhos
Arrisco a soar-me abusadamente importante

No avesso da vida
Particularmente me encontro
Nos teus braços,
Em tua pele,
Na poesia,
No não dito;
me corrompo

Sou declaradamente sua

Por Pollyana Oliveira

terça-feira, 5 de abril de 2011

No és (el) Rosa

Quem dera pudesse ser uma rosa qualquer
Ou até mesmo um espinho
Uma flor desabrochando em seus pecados mais intimos

Um acordo brutal maquiado pelo cotidiano
parte da aposta
Concentração arbitrariamente divagada

Como eu queria ser como todas as outras
Castas
Rasas
Languidas
Puras
Delicadas

Viver a felicidade falsa
Rir das suas piadas
Me apavorar com a corrupção

Quem dera pusse esquecer-me do caos
do avesso
daquilo que preferem mascarar
da saudade de alguém que pudesse vir a ser alguém, de repente

Que dom tenho eu além do permanecer viva?
Não sou rosa
Não sou flor que se cheire
Definitivamente

Nem todas as outras
Ou algumas delas
Em um bouquet de decepções
Eu te ofereço minha outra metade

Por Pollyana Oliveira

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Eu hoje estou pagando

Na mesma moeda com pensamento corrosivo-destrutivo-arrasador.
Vou devolvendo cada centavo, alimentando a pança imunda e nojeta do porquinho, cada vez mais gordo e cheio de vazio.
A cada escarrada e a cada tossida dos pulmões eu pago o preço.
Não é barato. Não é caro. Não é os olhos da cara, mas o preço da alma.
E o quanto isso me custa?
Já está pago, mas continuo devendo.
O valor embutido no aparente sorriso e na gentileza concedida à mingua de alguns merréis.
Mais uma vez eu pago o preço.
Agradeço o desapego, a indiferença pode vir de brinde. Aleluia ! algo me veio de graça.
Mais uma dose.
A ressaca de algo indigestamente indispensável.
Bate aqui, me chama de puta, eu arremato seu destino e lanço no ralo.
Deixe ir embora, ou não.
Corrompendo com o útero imaturamente cru vou me formando à desgraça inerente, batida com vodka e três cubos de gelo.
A dúvida. A dívida.
Deixe o fogo queimar cada tostão inteiro, sem dó.
Eu não tenho compaixão.
Eu sou é oportunista.
Eu sou o que você tenta esconder - lado negro, o carater raso, a dor da lagrima, o repudio alheio, vontade indesejada.
Me tire do cenário. Me pendure no cabide. Eu te aviso.
Ou você... Eu te aviso.
A conexão foi cortada.

Por Pollyana Oliveira

sexta-feira, 25 de março de 2011

tanta gente e ninguém

5 minutos

Quando o pensar já não basta
E o desejo se alastra
A pele arde em fogo
Juntando peças desse jogo

Querer-te para mim seria pretensão
mas que culpa tenho eu então?
De sonhar e acordar sozinha
Curar a falta e a saudade minha

Se escrever me alivia
Essa arma tem valia
Mas de palavras já não basto
São só letras e verbo gasto

Tenho vontade de sumir
Mas não sei pra onde ir
Nada e tudo se misturam
Angustia e vazio me torturam

O que me resta é só o resto
São intenções de alguns gestos
A pobreza do rimar
E a insistencia no amar

Óh coração, por piedade me dê paz
Nem que seja pra parar e ficar donde jáz
Da morte já não tenho medo
Nem do mundo mais apego

Por Pollyana Oliveira

quinta-feira, 24 de março de 2011

Cordel da Juntança

Eu vou contar uma historia
De um casal muito arretado
O amor era tão bonito
Pena que eles andavam separados

A menina flor sofria em seu interior
Chorava suas magoas e no desgosto se acabou
Sentia tanta saudade, chorosa feito condor
Sonhava com seu príncipe que era mesmo o seu amor

Esta historia poderia ter um final feliz
Depende de quem conta e do que o verso diz
Eu quero ajudar, a moça muito merece
O rapaz é bom também, sangue quente, cabra da peste

Ele tem cabelo grande, quase quase um Sansão
É muito moderno, tem guitarra elétrica na mão
Sua prosa é bonita e tem beleza
E não é que esse cabra é mesmo um conhecedor das letras?


A menina é muito doce, parece até um figo
Tem os cabelos loiros e um santinho de amigo
Cuida das pessoas, não se importa com o perigo
Precisa de amor, pois seu coração anda partido

E se agora nóis mudasse o rumo dessa história
E desse pra esses dois uma nova trajetória?

Beije ela moço e a coloque em seus braços
Não perca essa donzela que tem o coração em estilhaço
Basta dizer que sim pra mudar esse final
Pegue na mão dela e a livre desse mal
Eu rezo é pros anjinhos que torçam e digam amém
Ela é o seu amor e ele é o seu bem

Veja que beleza a formosura de casal
Agora é esperar pra essa historia ter final
Posso sugerir?
O que acham de um matrimonio e etecetera e tal?


sexta-feira, 18 de março de 2011

El Antifaz - A carta

Estava eu pensando com meus botões: mas que porra toda é essa?
Não se trata apenas de um desperdício, mas de algo que pode ser irreparável, irreversível.
Afinal o que é a solidão?
Fico emputecida quando vejo a vida passar diante dos meus olhos e nem sequer me perguntar: "E ai, quer uma carona?"
Se minha vida passa, se ela muda de direção, escorre no tempo e o caraleo a quatro ... ela tem vontade própria. Se ela tem vontade propria ela não é minha. Se ela não é minha, afinal de quem ela é?
Acabei de me descobrir uma semi-viva ou quase morta.
E o que me deixa mais puta ainda é esse "semi" "quase", odeio coisas médias, mornas, insossas...
Eu to bege. Não! não é força de expressão. To bege mesmo. Sabe aquela corzinha sem graça que não é branco, nem amarelo, nem marrom, nem nada? Então. É bege.
Igual ir numa sorveteria e pedir sorvete de flocos. Tão obvio, tão cliche, tão...tão...Bege!
Agora a frase "seja você mesmo mas não seja sempre o mesmo" virou modinha e mais uma vez me pergunto: " Tá, tá, ok, mas... tú sabes quem és afinal?"
Como ser diferente do que és se nem ao menos se sabe ser alguém?
Acordaaaaaaaa. Eu tenho medo das pessoas.
Quanto fingimento de vida.
Tira essa máscara e vem comigo.
Eu quero me atirar no desconhecido que sou. E seria muita pretenção dizer que me conheço, já que ao começar escrever essa porra aqui, mudei de rumo seu desfecho umas 4 vezes pelo menos. Sim, não sou mais a mesma de 2 minutos atras. Ainda bem.
Nessas horas nem Hume me tiraria do conflito...
Será que tem a ver com o fato de eu ser Polly?
Mas quantas Anas mais existem dentro de mim? Quando acho que conheci quase todas percebo que elas estão numa putaria só. Todas com a xana a flor da pele, se reproduzindo a torto e a direita, multiplicando-se dentro de mim.
Ana! Ana! Anaaaaa!!! Não não, não você, aquela que está na direita, paradinha ali no canto. Sim, você!
Passa aqui depois ok? Não me deixe na mão, to muito precisada de você...

Algumas horas depois nesse mesmo dia...

Ela não passou e a Ana aqui parece não saber como acabar esse texto.
Aliás, sempre tive dificuldade em finalizar as coisas em minha vida: começava aula de violão- parava; aula de capoeira-parava; ingles... ingles acho que comecei umas 3 vezes... e o francês... ah esse eu gostava muito mon amour, mas também parei.

To com fome.

To pensando numa pessoa que está longe...

Quero beber hoje, mas não vou. A propósito, acabei de ficar loira !

Dizer que minha mãe está me chamando é uma boa saída pra acabar isso aqui?







Até loguinho....

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nada além

Apertou
Escondeu
Relaxou
Desapareceu

Um mote glote poste
Morada nua rasgada
De vinil o riso hostil
E seu poema a duras penas

Caiu
Reavivou
Sorriu
Enfeitiçou

Nas montanhas do vale do pensamento
E por aquela tatuagem em vão
O suor na boca ao relento
E todo aquele vinho no chão

Perfume?

A vontade no intimo dela
O silencio e o desejo na cama
O inseguro numa chama de vela
E a sensibilidade de quem não ama

Estrada
Despedida
Neruda
Partida

De você...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Noites com chuva. Noite com lua.

Era ele um lobo
Um lobo era ele
Ele era um lobo?


O tão desconhecido sempre sido, e sempre você
Os cabelos, o gosto do impalpável
A lembrança de um acaso


O Lobo


O Cordeiro


O Desejo


Era ela um cordeiro
Um cordeiro era ela
Ela era um cordeiro?


A vontade de sentir seu paladar
O cheiro de fumaça intragavel
A lua que inspira o imaginável


Eram eles um desejo
Um desejo eram eles
Eles eram um desejo?


A pele arde, o desejo queima
A imaginação transcende
A alma grita


(THORtura) Me deixa te ter nem que seja antes de eu acordar...


Era ele um lobo
Um cordeiro era ela
Eles eram um desejo!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Me deixa morrer comigo

Quando eu...
Quando abandonar meu cigarro,
Quando abandonar minha bebida,
Quando partir e deixar a mim mesma
Só quando a noite for sempre noite ou
o dia sempre dia
As compilações e aspirações do meu espirito desertarem
ou aquele beijo frio na face lânguidamente amarelada
Quando esquecer
Quando partir
Eu não sei...
Não entendo
Quando o quando for agora
e o amanhã for ontem
Onde termina o céu e começa o outro céu
Essa alma
Essa alma rasgada como uma fotografia que foi mal colada
A vóz de um mudo que grita a plenos pulmões para um surdo
Um aleijado de sentimento
Aquele rijo corpo vazio
Uma musica de notas vagas
O sorriso branco branco murmurando e enfeitiçando
Os olhos espelhos d'agua a se afogarem em si mesmos
E mesmo quando é quando
Quando o quando está num proximo distante adeus
E ainda o sussurro ecoa do quase quase morto
Na tentativa de você
Só quando deixar de existir o ultimo gole de folego
Só assim
Amanhã será outro dia

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ana Só e Zé Zinho

Ana canta para a lua, canta, canta , canta Só
Procurando descobrir porque sua vida fez um nó
Cadê o Zé? Cadê o Zé? Onde estará esse Zé Zinho
Ele também está tão triste porque anda tão vazio

Ana com Zé e Zé com Ana
Desse amor ainda sai chama
Esse pranto ainda dá canto

Olhando pela janela procurando pela aurora
daquele amor tão bonito que um dia foi-se embora

A tristeza de Ana Só era como um espinho
Procurando, procurando para achar o seu Zé Zinho
Corra Ana Só deixe Só e seja Ana
Vá em busca de seu Zé
Pra que ninguém fique Só Zinho

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

As vezes acho que o que me falta é coragem para ser eu

Promiscuidade Intelectual

Eu quero foder com sua poesia
Me deixa chupar sua alma
Quero gozar com seus sentimentos
Vou ter um filho da puta paixão dos teus olhos
Te lamber as letras e masturbar seu espírito
Cair de boca na tua conversa
Ficar de quatro por teu suspiro
Me coma por tras do aparente
Enfie com tudo no meu peito
Que vou gemer meus prantos e trepar suas pinturas

Amortedobomsenso

Rir?
Tem gente que acha graça na des.graça
Que tragédia!
Sim, é puro sarcasmo
Aparente.mente a mente mente,
mas quem sente mesmo é a alma
Alma, Lama, Alam, Mala
Escarra tudo na minha cara
Quero conhecer o seu íntimo e vomitar seu tédio
Afiar-lhe os dentes e depurar seu espírito
Ama.dor de si mesmo
In.coerencia...que rima com demência
A.mor.te corroi seu pranto desatado na euforia da inércia trépidamente vívida
que insiste em bater na sua es.cara aberta e vulgar
Deixa isso pra lá, só estava mesmo aqui com meu cigarro aceso e meu copo cheio de angústias fermentadas e envelhecidas há pelo menos mais de 12 anos...
E agora?
Vá fazer as unhas !