quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Na tentativa de ser
Continuo em lacre
Amarrada ao próprio martírio
Finjo que posso respirar
Quando viverei?
Vejo o tempo passar
O nada é o que domina
A morte é certa
e a inércia diante da iminência é gritante!
Quanto viverei?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Para saber de ti



Submersa em fantasmas, me pego fugindo, rebatendo...
Escarro em minha própria felicidade e rio de minha desgraça.
Que alma avessa!
Quem dera pudesse olhar e enxergar o que insisto em negar.
Ingrata! Que amor é esse?
Posso eu cantar meus rumores e rimar as desgraças de uma vida ínfima? 
Posso eu?
Porque o amarelo me parece mais com o azul?

Porque?

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

sem título

O sentido que as coisas perdem.
Cruzam faróis de estradas mudas.
No reino cego, enxerguei
Que a dor te pune com plumas.

Compreensivo é meu inimigo,
Destrói qualquer uma raíz,
Nutre com sangue a verdade
E não deixa cicatriz.

A vida tem seus reveses,
Desnuda seu espírito,
Alimenta seu sonhar
Com frutos de um pomar aflito.

Paz encontro pelos muros,
Onde me apoio e reflito.
Com palavras que encontrarão,

Atento, um ouvido amigo.

Por Draco Louback

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sobre aquilo que não digo ou, sobre tudo que (não) preciso.

Não aguento mais essa onda de pluralismo feminino pseudo atual que virou moda nos blogs e afins: "Nós gostamos de homem assim", "Não queremos ser tratadas assado", "Homens se assustam com mulheres blah". Acredito que para algo virar comparativo e previsível, há de se fazer uma pesquisa científica, com hipóteses, refutações, amostragem, variáveis e etc. Que eu saiba, não foi feito alguma pesquisa com 30 homens de São Paulo, 20 do Amapá, 20 do Rio Grande do Sul, 30 do Mato Grosso. Não! Esses textos são baseados naquilo que vende, "dá ibope",  na dificuldade ou incapacidade de ser empática, numa ideia falida que, além de equivocada, coloca todo mundo numa panela só.



Ok! Agora vamos à receita de homem a moda La Blogs fru-frus:

Junte 05 homens diferentes: Um negro, um amarelo, um com olhos azuis, um de cabelo comprido e um que toque violão;
Coloque-os em fila indiana; 
Tire um fio de cabelo do que toca violão e do homem amarelo;
Após esse evento, faça -os beijar suas mãos e massagear suas costas;
Te presentear com chocolates diets;
E no fim, misture tudo, porque no fundo eles são todos iguais.



Homens são iguais pra mulheres que não são diferentes. 

Eles até parecem algumas vezes, mas não são de Marte. 



Posso sentir-me no direito de falar por mim, não por outra pessoa  e/ou dos outros, desconsiderando a subjetividade, particularidade e vivência de cada um. Assim como não há impressão digital igual a outra, não há um ser igual ao outro. Somos únicos e  como tal, não quero que digam por mim como as "mulheres são...", "as mulheres gostam de...". Aposto que não são todas que gostam de barba, como eu. Que não liga se soltam pum ou arrotam perto de mim. Me convidam pra jogar bilhar e tomar cerveja em bar de "copo sujo". Eu gosto de homem sincero na medida, aquele que diz que estou uma "gordinha delícia", mas que prefere que me sinta à vontade comigo mesma, porque o que realmente conta é o que represento pra ele como um todo, o corpo é só uma parte. O sexo é só uma parte. O cinema de domingo a noite também. E, essas partes juntas são gostosas e fazem sentido numa relação. Separadas são como brasa longe do fogo. Gosto de homem que cozinha, mesmo que suje uma cozinha inteira pra fritar um ovo. De homem cheiroso, mas que não tem frescura de me agarrar se está suado depois de correr. Gosto de caras que leem poesias e se emocionam com ela. Se emputessem de ter que esperar escolher a roupa que vou vestir porque, convenhamos, isso é realmente um porre. Gosto de homem que usa meia social com tênis - qual a porra do problema?? E camiseta amassada, desde quando é cafona ou sinal de desleixo? Desleixo pra mim é um cara que não leva em consideração o que sinto, que tenho opinião própria e nem sempre estou afim de transar só porque ele quer. Prefiro os me levam nos campos de girassóis aos que mandam flores. Gosto de homem que não tem medo de falar sobre o que sente e que segure minha mão durante um filme de terror, mesmo que seja bobo e nem seja terror, mas me dá medo, como "A noiva cadáver". Que saiba que às vezes minha perna vai estar peluda e vou dormir com camiseta de vereador porque acho confortável. Não faço as unhas toda semana porque não dá tempo e, quando tenho algum tempo, prefiro ficar com minha cachorra, escutar um álbum inteiro dos Beatles deitada na cama e devaneando no meu quarto, tomar uma taça de vinho e cozinhar pra mim mesma- sim, sou a melhor companhia pra mim. Aliás, gosto de caras que entendam isso e que sejam também suas melhores companhias. Não acho que porque é sábado a noite que necessariamente temos que ficar juntos. Acho que ele tem que ter programas só de homens e eu, só de mulheres. Não entendo bulhufas de futebol e até aceito ele falar, mas ir no estádio é uma coisa que não quero fazer. O cara não precisa ser um amante das artes, mas precisa ter paciência e sensibilidade de me acompanhar até o Masp  vez em quando. Não gosto de novelas e vou querer ver filmes cults, mas não ligo de ver um filme de ação com heróis. Adoro zumbis. Mesmo!  


Homem, pra mim, tem que ser realizado com ele mesmo, se orgulhar da pessoa que é, me fazer ter orgulho dele. Ser capaz de fazer com que eu mude de opinião e, de repente, gostar de algo que nunca havia me chamado atenção. Homem é aquele que me respeita como mulher, me deixa ser como sou, porque, falo com a boca cheia e não quero mudar isso! Entre tantas outras coisas menos triviais, mas que ele só vai saber se quiser me conhecer de verdade. 



Então, mulheres, identifiquem o que realmente importa pra vocês. O que não fere seus valores e te faz sentir não mais completa, mas mais a vontade consigo mesma e, te faça ficar "sentindo saudades do que não foi, lembrando até do não vivi, pensando em nós dois" - como diria Lenine.

Tenha o homem que quer para você e não o que é comprado na livraria como best seller, ou massacrado nos blogs para que algumas mulheres se sintam melhor.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Em pedaços vastos
de vazios sonhos
A carcaça passa
e ninguém percebe
Seu caminho incerto
no abismo despenca
sonhando acordar
apenas lamenta
Que distancia do fim!
quase não se aguenta

pobre criatura infeliz