sábado, 1 de outubro de 2011

uma leve embriaguez na alma

uma,  duas, tres doses...

são doses de vida; aquelas que te dão rasteira, te fazem repensar sobre seus valores.
Estas chapam pra caraleo. Não são um porre qualquer, quem dera o fossem. São doses de realidade e estas, meu filho, estas são foda pra cacete.
Me permito usar a linguagem chula, quero os erros, as incoerencias... a embriaguez permite.
É melhor o vinho ao cotidiano.
Massacre.
Sarcasmo.
Um riso incogruente na sentança imutável de viver. Apenas viver. Esse é seu sacrifício.
E, ao mesmo tempo, é tão dialético - dar a vida pela morte. Eu me morro todos os dias, buscando viver.
Quero rasgar minha alma, assassinar a covardia e gritar a plenos pulmões: CARALEOOOOOOOOOOO.
Isso já é muita coisa: o falo do mundo, o pilar marculino. Que se foda o caraleo, eu quero alma e coração, poesia e perdão, quero consolo e desespero, vida de gente que sabe viver.
E o que é viver?
[Sub{ver}|(ter)me|]
Borboletas e minhocas nadam no intangivel imagético de uma massa amassada e compactada à um espaço de uma sacola e um laço de fita de cetim.
olhos embaralhados, cheiros fétidos, o calor penetrável e a vontade de afogar-me em um copo qualquer.
Alguem me tire do desespero, alguém me lance uma saída. Preciso de mais um trago.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sui Generis

Estamos realmente dispostos a pagar o preço de assumir quem realmente somos?
Tenho minhas dúvidas.
Às vezes, tento incessantemente fugir de mim, mas me encontro em todo lugar.
Posso correr, me esconder, mas sempre estou perto de mim.
Tenho enjoado disso ultimamente. Sinto vontade de ser diferente do que sou. Mas pra ser diferente do que sou, tenho que saber o que sou de verdade. E o que eu sou de verdade?
Depois de tanto pensar, descobri que sou quando não sou, quando penso não ser, ou melhor dizendo, quando não penso. Nesses momentos é que entro em contato comigo de verdade.
E esse meu eu de verdade é que me assusta.
Já tentei desistir de mim. Quis me mascarar em alguns risos, em algumas fantasias - nenhuma me caiu bem.
Desisti de desistir de mim.
E o que faço com esse peso todo?
Gostaria de sair voando por aí, sem destino; Pousar numa rosa qualquer; Seguir o primeiro cardume; Sentir o cheiro de gente ruim de longe- acho que o cheiro de gente ruim deveria ser algo como cheiro de final de feira, junto com mau hálito matinal.
Como posso ser compreendida? Meu Deus como eu queria compreensão!
Talvez tentando traduzir o inexplicável e acordando os sonhos... Talvez!
Não gosto do que escrevo ultimamente. Me acho tola, vã, trivial.
Eu gosto é do amor, mas ele não gosta de mim.
Gosto do caos, mas ele também não se explode mais em mim.
Me resta a mim.
Me resta o resto.
O eu, tão efêmero, frágil, inconstante, perdido, vazio.

O amor... ainda assim ele me quer.

E o preço de amar? Esse eu pago.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ladies Room

"Nossa mas que cheiro horrível ! 
Essas meninas não têm um pingo de educação; por falar em pingo é o que mais tem na tampa desse vaso. Eca!!
Adorei seu rímel.
Foi né benhê... muitoooo mara. Nossa, o que era aquilo? Estou em choque até agora.
Sim, lá na rua XV, está tudo em promoção. Cada sandália mais linda que a outra.
Mentiraaa!! Sabia que aquele peito era de silicone.
E aquela baranga que não tira o olho do meu namorado. Aiii menina que ódio. Se ela abusar eu jogo essa batida naquele cabelo de chapinha dela.
Nada! Aquele casamento é de fachada, tudo mundo sabe disso. O negócio dele, benhê , é outra coisa... E dessa fruta eu como até o caroço. Nãooo! Queimar rosca, dar ré no quibe... essas coisas.
Comprei. Semana passada. Combina com minha bolsa creme e também me deixa mais magra. Acabei de sair da tpm e acabei comendo uma lata de brigadeiro.
Meu dermatologista me receitou - ótimo para secar espinhas.
Alô! Não, vou mais tarde. Preciso passar em casa para trocar de casaco primeiro. Beijos. Tchau.
Bom, vamos voltar pra mesa que nossos namorados estão sozinhos por lá e, já viu né, devem estar falando de futebol, som de carro, marca de cerveja, revista de mulher pelada... Esses assuntos... chatos e  sem conteúdo.
Homens !"

terça-feira, 19 de julho de 2011

Se partir de mim, que parta em partes
Se partes todo é por crueldade
Se partes meio é por piedade
De mim se parta a parte vã
O parto partido das partes perdidas
Pouco reconhecidas, mas ainda assim, pedaços
, Partidos
Partir
Um lugar distante
Partido
Sangra canção de amor
Partituras
Destino:  (?)

domingo, 17 de julho de 2011

E quando o melhor é não sentir nada?
Quando o nada torna-se tudo o que você gostaria.
Ser você é um peso quase insuportável.
A vida te daria outra chance?

Você corre o risco ou prefere correr de si mesmo?

Por Pollyana Oliveira