terça-feira, 27 de março de 2012

Sobre dores e aspirinas

A travessia aguarda o passante...
Tem dias que o medo fala mais alto - tão auto,
num rosário de decepções.
O simples franzir de uma testa traz o mais puro incômodo.
De fato.
E sempre o desejo de ser rascunho, mas claro, não há tempo para isso.
Não há mais muito tempo pra quase nada.
Sentir toma muito espaço, sendo necessário - por piedade - encher-se de nada só pra variar.
Toc toc !
Não! Ninguém pode ouvir.
É tão incompreensível que quase parece humano.
Fadado ao próprio fracasso o passante quase que atravessa.
Quase.
Importunamente um ponto fraco aparece e desliga a luz. Ele acaba com qualquer chance de redenção.
Passa-se a loucura.
O sangue coagulado se acumula veloz. Isso é só um detalhe.
Gradativamente a medida se instala.
E, então, o lado oposto é alcançado.
Exausto, o passante se deita e se deixa.
E se deixa.
Se deixa.
Deixa.
Eixa.
Ixa.
Xa.
A.
.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Esvaecer-se de si num aconchegante abismo de pensamentos sórdidos
esburacados pelo acaso de sentir.
Uma queda sem fim e um coração destravado, disposto ao que foi anteriormente sempre rejeitado.
Sem cor, derretendo em entregue deleite, absorve cada momento. De nada e de tudo.
O azedume do estrago lhe toma a boca e o ardor da pele ferida mascara a falta que o peito sente.
Por um segundo, só por um segundo foi possível não pensar em nada.
A queda é uma constante, guerreia entre as crises e aspira o notório.
Impróprio.
Inevitavelmente o filme que lhe assite entende o enredo forjado.
Não há mais saída. As portas foram trancadas e o contrato, quebrado.
O grito que separa o agudo do próprio infnito, emudeceu por um certo pavor desnecessário.
Contínua.
Profunda.
Inóspito.
Conformação ao contrário.
Que salte a sorte!